quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sonho

Post curto.
Sei que não podemos nos guiar pelos sonhos, pois eles são vagos e não servem como referência para a realidade. Mas segue o post, sobre um sonho.
....
Noite. Centro. Todas as pessoas correndo para as suas casas apressadamente, depois de uma longa jornada de trabalho. O barulho dos ônibus. Carros. Conversas em voz alta. O café do Stoney e o cheiro de xis. Subitamente ouve-se um barulho. Toda a cidade fica às escuras, mas todos conseguem se enxergar, como naquelas fotografias noturnas, esverdeadas. Ninguém sabia o que havia acontecido. Mas todos pararam, olharam uns para os outros e sabiam que era um grande momento. Houve grande explosão de alegria e todos começaram a se abraçar, como numa grande fraternidade. O som agora parecia com um estádio de futebol no momento do gol.
É nesse momento, meu caro leitor, que eu acordo.

Buraco Negro - e o retorno do note!

...
"Diante do pedido de urgência para se votar o projeto da "ficha limpa", irritado com a pressa de mais de 1 milhão e 800 mil assinantes pedindo aprovação, o senador Romero Jucá produziu uma frase definitiva que ilumina o País: "Este projeto Ficha Limpa não é um projeto do Governo; é da sociedade..."


Com raro e inspirado brilho, o senador, líder do governo Lula, o homem das sete fazendas imaginárias, deu-nos um show de ciência política. A frase é uma síntese do Brasil. É como se o inefável Jucá dissesse: "O tempo do governo é diferente do vosso. O problema é de vocês ? apressadinhos comem cru."

Sérgio Buarque de Holanda teria aplaudido este belo resumo de nossa organização política e poderia completar, como em seu livro seminal Raízes do Brasil: "...para o funcionário patrimonial a própria gestão política se apresenta como assunto de seu interesse particular; as funções, os empregos e os benefícios que deles aufere, relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a interesses em que prevaleçam a especialização das funções e o esforço para se assegurarem garantias jurídicas aos cidadãos (...) a democracia no Brasil sempre foi um lamentável mal-entendido. Uma aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodá-la a seus direitos e privilégios, os mesmos privilégios que tinham sido no Velho Mundo o alvo da luta da burguesia contra os aristocratas. E assim puderam incorporar à situação colonial, ao menos como fachada ou decoração, alguns lemas que pareciam os mais acertados para a época, exaltados nos livros e discursos..."

Para políticos como Jucá, a única "democracia" é um vago amor pelos amigos, uma poética queda para a camaradagem, a troca de favores, sempre com gestos e abraços risonhos, na doce pederastia de uma sociedade secreta. Somos tecnicamente uma "democracia", que é vivida por eles como porta aberta para oportunismos, pois a "cana" é menos dura...

A frase iluminada de Jucá mostra-nos que há uma fenda secular, um abismo entre sociedade e governo, que há uma inversão de valores ? o governo tem vida própria e a sociedade existe apenas para legitimá-lo. O Estado é uma ilha de interesses políticos habitado por uma "sociedade" feita de 513 deputados, 82 senadores, funcionários públicos, etc... A frase de Jucá pode ser montada com o belo chiste do Tuma Jr., com seu corpanzil de leão-marinho barbudo: "Tirem o cavalo da chuva... Não vou sair!" Sair por quê? Sair de sua "casa", de sua "propriedade", logo ele que sabe dos segredos de alcova de seus colegas, ele, que administrou ate o caso de Celso Daniel como delegado? "Não vou cair calado!", berrou. Não é sublime tudo isso? Nunca antes, em nossa história, alianças tão espúrias tiveram o condão maravilhoso de nos ensinar tanto sobre o Brasil. A cada dia, nos tornamos mais sábios, mais cultos sobre essa grande chácara de oligarquias.

Lula teve a esperteza política de usar essa anomalia secular em proveito de seu governo. Todos os presidentes têm de fazer isso, senão não governam, sabemos. Mas, Lula protegeu demais as mentiras para que a falsa verdade do País permaneça. Viciou malandros com uma dieta gorda, cevou-os com uma fé na impunidade sem limites que abriu um caminho difícil de fechar. Aliás, esta foi a realização mais profunda do governo Lula: o escancaramento didático do patrimonialismo burguês e o desenho de um nascente patrimonialismo de Estado.

Sinto nesses sintomas parlamentares a volúpia de ir contra o senso comum, contra o que a maioria pensa; há uma postura sádica de contrariar a população, de proteger uma obscuridade secreta, de defender o direito à mentira como um bem precioso, um direito natural. Eles se banham na beleza de um "baixo maquiavelismo", no cinismo dos conchavos, atribuem uma destreza de esgrima às chantagens e manipulações. "Esperteza" é um elogio muito mais doce do que "dignidade". Lembram da resistência espantosa de Renan para não sair da presidência da Câmara? Isso parece até um "heroísmo" em prol do personalismo colonial atávico, contra esta "violência" que cidadão "menores" chamam de "interesse público".

Precisamos entender que o Atraso é um desejo, uma ideologia. Eles são fabricados entre angus e feijoadas do interior, em favores de prefeituras, em pequenos furtos municipais, em conluios perdidos nos grandes sertões. O atraso dá lucro.

Se o desejo da sociedade se impuser, se a transparência prevalecer, como viverão felizes as famílias oligárquicas? Como vão vicejar as fazendas imaginárias, as certidões falsificadas, os rituais das defraudações, as escrituras e os contratos superfaturados? Que será da indústria da seca, não só da seca do solo, mas a seca mental, em que a estupidez e a miséria são cultivadas para criar bons serviçais para a burguesia semifeudal? Como ficarão as doces camaradagens corruptas em halls de hotel, os almoços gordurosos, as cervejadas de bermudão, as gargalhadas, as "carteiradas" autoritárias, os subornos e as chaves de galão? Como serão os jantares domingueiros, como manter a humilhação e a fidelidade consentida das esposas de botox, o respeito cretino dos filhos psicopatas? Como se manterá a obediência dos peões, dos capatazes analfabetos? Que será do "sistema" cafajeste e careta que rege o País?

Os congressistas talvez acolham o projeto "Ficha Limpa" pela pressão popular e pela proximidade das eleições; mas, tudo a contragosto, com medo de que sejam desarmados os curraizinhos onde paparicam seus eleitores, com medo de perder o frisson dos jaquetões lustrosos, dos bigodes pintados, das amantes nos contracheques, das imunidades para humilhar garçons e policiais.

Eles formam um país isolado. Eles detestam tudo que os obrigue a "governar" o outro país, a chamada "sociedade". Estão no Congresso para se proteger de fichas sujas, para levar "vantagem em tudo, certo"? Senão, qual a vantagem da política?"
...
Retornou o meu notebook (foto). Parece que a câmera está ok. Funciona no Linux também.
...
Há um tempo atrás fiquei divagando nos posts sobre sistemas operacionais, utilizando linguagens meio técnicas e sobretudo chatíssimas. Perdi audiência (mas como esse nunca foi meu objetivo, tudo bem). Hoje sei que não importa o computador que alguém utiliza, nem a memória deste, ou a sua capacidade de processamento: o que importa é onde a pessoa quer e vai chegar com ele.
Fiquem todos com Deus e boa semana.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Dez dias sem notebook

Durante os próximos dias você não lerá nada de novo neste blog, visto que meu recém comprado notebook foi para a assistência técnica devido a uma falha na webcam integrada (já constatada pelos técnicos).
Ou seja, a sua quota de cultura irá diminuir dramaticamente...
...
Lembro de como era a minha vida até 2002, quando comprei meu primeiro computador pessoal (um Pentium 120Mhz com 32MB de memória RAM e 2.1GHZ de HD). Eu tinha mais tempo para a família, mais tempo para sair pela cidade pedalando, mais tempo para muitas coisas. É fato que eu trabalhava bem menos - seis horas por dia - e não estava na faculdade; tampouco tinha esposa e filho. Mas também é fato que gastava muito menos tempo com informática. Acho que nesses dez dias repensarei o uso do computador dentro da minha casa e aprenderei muito com esse "jejum forçado".
...
Li em uma matéria que o grande medo dos jovens ocidentais, hoje, é estar desconectado da Internet ("off-line"). Ficam viciados nas redes sociais e no Twitter (no qual eu já joguei esterco num post anterior). A Internet tem uma falsa promessa de aproximar pessoas mas ela está justamente fazendo o contrário: afastando-as do verdadeiro convívio social, do prazer de um simples banho de sol ao domingo, dos esportes e de tantas outras coisas boas.
...
A Internet é uma fonte de pesquisa? À exceção do Wikipedia e de tantas outras fontes duvidáveis, talvez sim. Tem livros bons para baixar, sistemas operacionais gratuitos e uma fonte de documentação para quem trabalha na minha área (tecnologia) praticamente inesgotável. Mas esse nojo das redes sociais, os "reality shows", vídeos em tempo real, a pornografia e a pedofilia abundantes na rede, enfim, toda a farsa virtual... isso sobra. Isso é lixo.
...
A propósito, eu mesmo recomendo a você (como em outros posts anteriores) que desligue um pouco o computador e leia um bom livro, ou assista a um bom filme. Um filme excelente é "O Curioso caso de Benjamin Button", com Brad Pitt. Vi ele esses dias. Alugue o DVD que vale a pena, é um filme impressionante.
...
Boa semana e fiquem todos com Deus.

domingo, 9 de maio de 2010

O Padre da Esperança

Hoje, como em todos os domingos, toquei na Santa Missa na São Martinho. E como em tantos outros, levei a minha esposa e o meu filho junto, pois além de querer a unidade, quero que o meu filho cresça dentro da Igreja, conhecendo-a e amando-a.
Qual não foi a minha surpresa ao constatar que o Padre Ladislau, o padre da esperança, conhecido mundialmente pela sua evangelização, sentou ao lado do meu filho e brincou de carrinho com ele.
Isso, eu sinto, é um pedaço do Céu entre nós. Por isso não desanimamos de ser católicos e de seguir ao Cristo na nossa Igreja. Assim como esse padre é Santo, outros tantos que conheço dedicam a sua vida em santidade em prol dos outros, atendendo todos os dias a confissões, visitando doentes nos hospitais, animando a tantos.
Para conhecer mais o meu padre clique AQUI.