domingo, 2 de agosto de 2009

Sobre "blues boys" - sobre meditações.

Este é, sem dúvida, um dos mais famosos blues boys da história: B. B. King, ou "blues boy king". Esse termo (blues boy) define, normalmente, guitarristas que literalmente encarnam o blues nas suas guitarras e também nas suas vidas. O Blues pode ser definido como um som sofrido, melancólico, às vezes alegre, outras vezes simplesmente.... Blues. Quem não sabe a respeito do "maldito" Mississipi e dos campos de algodão, das origens dramáticas dessa mistura entre canto de escravos e o gospel das igrejas evangélicas americanas?

Riley Ben King nasceu em 1925 e começou sua vida justamente lá, no Mississipi, colhendo algodão. Depois tocava por uns trocados quando mudou-se para Memphis, berço dos músicos mais importantes do sul, naquela época. Seus solos são simples e lentos. Porém, sua técnica inédita e até hoje inigualável da mão esquerda (com um poderoso vibrato feito com o indicador), somada à sua potente voz negra, poderiam tranquilamente tê-lo dado o trono de maior guitarrista negro da história (se esse posto já não estivesse ocupado por Hendrix, xodó da mídia por conta dos seus experimentalismos).

Uma curiosidade é sobre o nome que ele dá às guitarras que toca: "Lucille". Conta-se que nos idos dos anos 40 houve uma briga no local onde ele tocava, e por conta disso dois marmanjos entornaram um barril de querosene, ateando fogo rapidamente em praticamente todo o local. Mesmo com o prédio em chamas, nosso bluesboy arriscou a sua vida metendo-se no meio do prédio para salvar a sua guitarra de 30 dólares. Uns dizem que os dois ébrios brigavam ferozmente por causa de uma mulher chamada "Lucille"; outros, que a própria teria morrido no local. O que fica dessa história é que o nosso bluesboy resolveu chamar a todas as suas guitarras de "Lucille" para lembrar-se "de nunca mais fazer uma coisa daquelas".

Outra curiosidade: ele presenteou o Papa João Paulo II com uma de suas "Lucille". "Ela está em boas mãos agora". Falou, bluesboy.

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Estou pensando, há dias, sobre o perdão e sobre a sua importância nas nossas vidas. Como é importante o perdão! Como sofre a nossa alma se não perdoamos alguém! Muitas vezes a própria Bíblia nos adverte a perdoar primeiro, e depois fazer as nossas ofertas. Sem dúvida, devemos perdoar muitas vezes todos os dias. O tempo está passando.

Muitos podem dizer: "mas isso que eu sofri, isso é imperdoável. Essa pessoa não merece e não terá o meu perdão". Realmente, humanamente é impossível encarar o perdão. Mas se o próprio Cristo perdoou não só os que o mataram, mas também a todos aqueles que recorreram e recorrem a Ele, nós, auxiliados pelo Espírito Santo, podemos perdoar também. Somente esse Espírito dará o verdadeiro sentido ao perdão concedido - e devolverá algumas noites de sono também.


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