domingo, 10 de maio de 2009

Adeus, Trovão Branco

Lembro como se fosse hoje o dia em que dei a primeira volta com meu carro “novo”. Entrei no carro, estranhei um pouco a disposição dos retrovisores e assentos, achei ele meio descômodo, dei a partida e tentei dirigi-lo. Ladeira abaixo até que foi. Mas não estava muito afim de subir lomba não. Fui até a minúscula casa onde morávamos eu e a Diva, apresentei a máquina, tentamos dar uma volta – ela inutilmente tentou pintar as unhas no primeiro passeio, mas o carro dava tantos solavancos que isso tornou-se uma missão praticamente impossível. Era a primeira volta com o Passat ’86 a álcool, o “Trovão Branco”.
Terrivelmente mal escolhido, mas pago à vista, era um carro bem maquiado, de boa lata, boa aparência, mas que me enganou um bom bocado. É claro que no dia seguinte à compra, fui ao mecânico da revendedora que realmente colocou a coisa para funcionar. Mas à noite, uma surpresa: os faróis não ligavam...
Durante esses dois anos em que ficamos com o carro passamos por algumas situações hilariantes, tais como ter que abrir o capô do carro algumas vezes para fazê-lo “pegar” (ele NUNCA pegou sem termos que colocar um pouco de gasolina no carburador). Certa vez visitamos o nosso sogro e o carro demorou tanto para pegar que a Diva não parava de rezar...
Se o meu Passat “nervoso” falasse, ele agora estaria me xingando por eu não ter citado ainda os seus melhores momentos. Bom, é verdade, houve grandes momentos dentro daquele carro. Minha esposa aprendeu a dirigir nele, meu filho deu tantas voltas (e dormiu outras tantas vezes) na cadeirinha que ficava no banco de trás... é, sem dúvida, houve momentos memoráveis. Tenho na lembrança, também, o primeiro dia em que colocamos o Davi nele (a Diva teve que levá-lo no colo, pois ele ainda não se sustentava na cadeirinha – era o quarto dia de vida do Davi e tínhamos levado ele para as primeiras vacinas e para o teste do pezinho). Também teve o dia em que, sem ter dormido praticamente nada durante a noite, tive que dirigir até o cartório para registrar o nenê, sendo bombardeado por uma terrível dor de cabeça... mas que momentos felizes aqueles! Dá até vontade de ser pai mais uma vez (desde que o carro não seja o Passat).
Bom, boa sorte a quem o pegar. Talvez se alguém investir um pouco de grana nele, até seja feliz.

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