sábado, 3 de maio de 2008

Ao Rei dedico o meu canto


"Transbordam palavras sublimes do meu coração.Ao rei dedico o meu canto.Minha língua é como o estilo de um ágil escriba."
Salmo 44, 2
Sou de uma geração que se acostumou com o barulho extremo, Jimi Hendrix, Deep Purple, Van Halen. Essa geração não se surpreende com as músicas ainda mais estridentes dos anos 2000. Na minha adolescência, todo o aspirante a músico que se preza trocava jogos de futebol (no estádio), noitadas malucas e às vezes até o estudo, por uma hora de ensaio ou uma jam session. Viver com o coração barulhento, ficar horas e horas repetindo "Little Wing" no disco de vinil até afinar a guitarra meio tom abaixo e conseguir reproduzir o solo com perfeição. Assim éramos nós, jovens magrelos e feios, a arrastar os nossos instrumentos velhos pela Rua dos Andradas.
O tempo simplesmente voou. Tive que reaprender a ouvir. Um jovem como eu falava o tempo todo. Não queria escutar ninguém. Tive que reaprender a ler, me apaixonar por Érico Veríssimo, Martin Valverde (procure o livro "O silêncio do músico"), Machado de Assis. Muitos retiros espirituais, vigílias. Tive que aprender o significado do Amor (o mundo inteiro o esqueceu). Chegou a paternidade, é a hora de ver se foi mesmo tudo em vão ou se aprendi alguma coisa.
Ao rei dedico o meu canto, a Jesus, que continuamente me retira das trevas à luz, que quer a paz na minha casa, no meu leito, com a minha família. A Ele peço mais um pouco de paciência, para que eu possa retomar os projetos aos quais Ele me incumbiu, sendo eu ainda indigno e pecador. Banda Virtus, aguarde mais um pouco, eu estou voltando, se Deus quiser.
Interpretar o choro de uma criança não é tocar guitarra, mas de alguma forma, aguçando o meu ouvido "espiritualizado", estou conseguindo diferenciar. "Leite", o choro é um tom ou dois acima; "troque minhas fraldas", choro menos constante, mas que me impede de conseguir o primeiro; "cólica", me debato e preciso que esquentem o minha barriga e cantem no meu ouvido. Aí tenho que dividir o canto do Rei (que caso o leitor ainda não tenha descoberto, é Jesus) com o Davi, nosso Luá Luá. Ao final disso, às vezes, volta ao "Leite", e assim por diante.
Fico devendo a explicação do Luá Luá para o próximo post, mas ela virá.
:: FILME DA SEMANA: são dois, SUPREMACIA BOURNE e ULTIMADO BOURNE. :: LIVRO DA SEMANA: tente o livro dos salmos.:: MÚSICA DA SEMANA: o silêncio, o frio e a chuva.
Fiquem todos com Deus.

1 comentários:

Lu disse...

Precisa afinar o ouvido pra conseguir atender ao Davi agora hehehe :)
Mas logo, logo fica fácil!
Beijos